16 de janeiro de 2014

Tentando Entender o Jogo - Especial de Natal do Porta dos Fundos e o Direito de se Manifestar


Infelizmente tenho notado que muitos, mas MUITOS MESMO, ainda não compreenderam o que está acontecendo com o caso do Especial de Natal do Porta dos Fundos. As pessoas estão IGNORANDO o fato que para o tipo de gente que estamos ligando, não há regras e sequer uma lógica a ser seguida. “Tudo é válido se beneficiar a causa”, para essas os revolucionários.

Vou tomar como base uma pequena troca de ideias que aconteceu em um grupo do Facebook, para tentar explicar um pouquinho o porquê de ser necessário “cometer o mesmo ‘erro’ da esquerda” (como disse um dos jovens que estava na discussão).

Antes, porém, a gente precisa ter em mente o seguinte: Qualquer piada vai “tocar” alguma pessoa que vai se ver em tal situação, a diferente está na forma como a pessoa reage a essa piada. Uns dão risada de si, outros se ofendem de verdade, tem também os que tiram proveito para mudar atitudes próprias e outros simplesmente ignoram. O ponto em questão está dentro dos que “se ofendem de verdade”.

Um “piadista”, quando faz a piada “sem maldade”, não tem porque ficar se justificando o tempo inteiro por causa de sua piada. Como disse, sempre vai ter alguém que vai se ofender. Contudo, quando há uma parcela bastante grande dos que se ofenderam, o humorista pode querer dar alguma explicação pois pode ter “passado do ponto”. Até aí nada demais...

No caso do Especial de Natal do Porta dos Fundos, eles atacaram um grupo grande que acabou se ofendendo. Natural que eles queiram fazer algumas declarações para se justificar. O problema é que as tais declarações chegaram com mais e mais ofensas, querendo mostrar que estão certos e que “se foda” quem se ofendeu. Não poderiam dizer apenas que “não foi isso que quis dizer”, ou “humor é isso aí, sempre vai ofender alguém” (Fábio Porchat chegou a dizer algo parecido com isso), ou “passei do ponto, peço desculpas” (se achar que deve fazer isso), ou até mesmo ignorar as reclamações (que são praticamente inerentes ao humor) e tocar o barco pra frente.

Mas não foi isso que aconteceu. Veja neste vídeo que o indivíduo (no caso o Gregorio Duvivier) responde atacando ainda mais, numa clara vontade de ser posicionar como Anti-Católico.



O problema

Quando você fala sobre um “dogma” homossexual, ele tem o "direito" de se indignar e ainda angaria apoio para derrubar quem fez a “piadinha sem graça”, inclusive fazendo ataques em massa e usando do aparato jurídico, não ignorando o que não gostou. Todo mundo acha que ele pode fazer isso (entenda “todo mundo” como um senso comum).

Esse comercial, com tom humorístico, foi tomado como ofensivo e pediram para tirar do ar:


Quando você expõe algo que acham “machista”, as feministas também fazem o maior alarde, usando, inclusive, aparato jurídico. Vejam essa propaganda da HOPE, que foi duramente criticada.


Mas, essa aqui, é super válida e super digna


Notaram a “relativização”, correto?

O mesmo aconteceu com o Especial de Natal do Porta dos Fundos. Eu deixaria passar batido, se esse caso não tivesse se tornado um “campo de batalha” anti-cristão. Como disse, em diversos casos que “ofendem” qualquer parcela do “Politicamente Correto”, fazem barulho e os humoristas acabam “cedendo” ou “se calando”. Fora quem vem uma “chuva de blogueiros e vlogeiros” descendo a lenha.

No caso do Especial de Natal do Porta dos Fundos, uma parcela reagiu e essa reação, que nas situações politicamente corretas são aceitas, no caso da reação dos Cristãos não está sendo e está numa clara prática do “apanhe calado”. Foram vários, inúmeros, diversos vídeos e publicações resposta não a piada, mas sim a reação da piada, num claro ataque histérico falando que “não se pode tocar em dogmas da Igreja” e com isso se segue com “chavões anti-católicos” como (Cruzadas, Inquisição, Galileu, Giordano Bruno, etc, etc, etc...).

Por isso que eu não acho que os cristãos (sobretudo os católicos) não devam se calar! Devem sim manter esse avanço em direção a eles. Repito, avanço não pelo direito de se ofender, mas sim PELO DIREITO DE MOSTRAR QUE NÃO SE AGRADOU com a piadinha.

É exatamente essa a questão que muitos ainda não entenderam. TODOS TÊM O “DIREITO” DE SE INDIGNAR, mas esse “direito” está sendo CERCEADO DOS CRISTÃOS! O homossexual, pode fazer barulho. As feministas podem fazer barulho. Os deficientes físicos podem fazer barulho. Os pobres podem fazer barulho. Os nerds podem fazer barulho. Os muçulmanos podem fazer barulho. MAS OS CRISTÃOS NÃO PODEM FAZER BARULHO.

Daqui pra frente irei APENAS responder alguns pontos da discussão que me referi no início deste post sobre o Especial de Natal do Porta dos Fundos.

“...pode se fazer humor com a religião tambem, se nos cobramos que as pessoas tenham liberdade de expressão e que as minorias parem de ficar ofendias com piadas pequenas, temos que aceitar esse tipo de humor politicamente incorreto também.”

Aí está o problema, não podemos esperar uma mudança de quem está disposto a mudar os outros. Principalmente se tratando de uma mentalidade doentia como a de um esquerdista.

“Sermos extremista só faz com que tenhamos mais antipatia de todos e continuar sendo a direita caricata que a esquerda tenta pintar.”

Essa visão não vai mudar se não ocorrer uma “reação”. Estão fazendo isso desde a década de 70, há mais de 40 anos, e só avançaram... O que leva a crer que não reagindo (como estivemos fazendo por esse tempo todo) vamos obter de volta a “simpatia”? Não pensem que isso vai ocorrer.

“Vocês estão cometendo o mesmo erro que a esquerda comete, tentar levar o humor a sério. A mesma ditadura que o Politicamente Correto tenta pregar junto com a censura que vem aumentando.”

Não se trata de “erro”. Estamos usando da mesma regra do “jogo” deles. Há um avanço MONSTRUOSO de tentativa de calar o meio cristão justamente porque sabem que se os cristãos se levantarem contra eles, não vai sobrar unzinho para contar a história. Então, enquanto calam os cristãos, vão correndo pelas beiradas toda sua moral e valores. E ai de você tentar reagir. A questão é “se eles têm o direito de expressar seu desagrado com os valores cristão, O CRISTÃO TAMBÉM TEM O DIREITO DE EXPRESSAR SUA INDIGNAÇÃO”.

“Eles já falaram algo sobre o Islamismo https://www.youtube.com/watch?v=W0NosW_DgkM, porque se ofender? Não gostou da piada? Deixa de lado, é como funciona qualquer coisa secundária, se largar de mão ela com certeza cai no esquecimento. Processar, levar na mídia, rebater etc, só vão trazer mais mídia para a piada.”

Neste vídeo, em questão, ele não ataca “Maomé” ou “Alá”, ele faz crítica ao comportamento (a gente poderia comprar esse vídeo de crítica aos muçulmanos ao vídeo "Oh, Meu Deus" do Porta dos Fundos, que por sinal não teve esse levante como o Especial de Natal). Comparar esse vídeo de “crítica” ao Islã com o Especial de Natal do Porta dos Fundos é não ter noção da proporção. Já quanto a trazer “mais a mídia para a piada”, isso é correto, mas não podemos esquecer que não tendo o direito de reagir (e os outros grupos sim), o foco vai ficar cada vez mais voltado para o anticristianismo.

“Vocês sabem quantos comediantes americanos falam mal de religiões, celebridades e tudo que aqui dá problema? Não sabem? Porque ninguém lá da a mínima e no dia seguinte o máximo que fazem é rirem da piada.”

Negativo! Vá fazer alguma crítica contra o Islã para ver o que acontece. Lá, desde que o atual presidente assumiu, o cerco está se fechando igualzinho ao Brasil. Aliás, o presidente de lá é da mesma laia dos daqui. Como ADICIONAL, que tal consultar esses três links do Júlio Severo e um do “Amigos de Israel” (os links fogem do tema “Humor”, por isso chamei de “adicional”):

- Estados Unidos: entre a Gaylândia e a Maomelândia
- Denominação esquerdista ajuda revolução islâmica
- Obama declara: Os EUA não são uma nação cristã, mas foram moldados pelo islamismo para melhor
- Críticas ao Islão criminalizadas

Daqui a pouco o Islã poderá criticar o cristianismo e o Cristianismo não poderá criticar o Islã, cristalizando a batalha em que "um só pode bater o outro só pode apanhar".

“Atacar o humor não é inteligente, se quer defender os valores cristão tem que ir para o campo cultural numa forma realmente relevante e interessante. [...] Realmente é o ideal atacarmos um humorista que fez uma piada que a sociedade pouco ligou?”

A pessoa quando afirma isso não está totalmente errada. O problema é que a “mídia”, o “humor”, a “arte”, entre outros são do “campo cultural”. Então, nada adianta trabalharmos em alguns setores e não trabalhar esses campos também... PRINCIPALMENTE OS RAMOS DE COMUNICAÇÃO (que inclui Youtube) que têm mais influência que as Universidades e livros. Não vamos esquecer que não ocorreu o “sociedade pouco ligou”. Se fizermos um comparativo, a atual indignação está maior do que indignações anteriores, mas somos menos “barulhentos” pois não temos o amparo da mídia (muito pelo contrário).

Enfim...

Não estou aqui querendo que tirem o Especial de Natal do Porta dos Fundos do ar, nem muito menos quero que tirem o canal do ar. Não quero também que façam leis que proíbam sátiras, críticas e que inibam a liberdade de expressão referente ao cristianismo. O problema está no fato de um lado poder fazer tudo que bem entende e o cristianismo ser amarrado em tudo. O problema está no fato dos adeptos do politicamente correto terem total liberdade de expressar sua indignação, mas os cristãos quando o fazem são “criminalizados”.

“... por toda parte a idéia antiga de tolerância já se converteu na “tolerância libertadora” proposta por Marcuse: “Toda a tolerância para com a esquerda, nenhuma para com a direita”. Aí aqueles que vetam e boicotam a difusão de idéias que os desagradam não sentem estar praticando censura: acham-se primores de tolerância democrática. Por meio do marxismo cultural, toda a cultura transformou-se numa máquina de guerra contra si mesma, não sobrando espaço para mais nada.” (trecho do artigo “Do marxismo cultural” de Olavo de Carvalho para O Globo em 8 de junho de 2002)




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