4 de dezembro de 2013

Os “Artistas Intelectuais” e a “Necessidade” da opinião deles


Não posso afirmar no mundo, mas no Brasil chega a ser vergonhosa a necessidade da opinião de alguns “artistas intelectuais”. Mais vergonhoso ainda é querer dar o título de intelectual a algum artista só porque ele tem expressão artística.

Não estou excluindo que possam existir “artistas intelectuais”, pelo contrário, é muito possível desde que tais artistas usem seus respectivos cérebros e tempo para se dedicarem aos estudos e não somente para encontrar meios de ganhar mais expressão na mídia. O problema é: Cadê eles no Brasil?

Fazendo essa pergunta, logo vão aparecer algumas respostas citando alguns artistas com ideologia de esquerda, principalmente com o ápice do regime militar no Brasil, que "lutaram" pela liberdade de expressão e opinião. Para essas pessoas, pouco importa o que está debaixo do “manto sagrado” da esquerda, mais vale o que é apresentado no lado de fora, que normalmente é algo de “bom coração” e com “as melhores intenções” de “desoprimir o povo”. Não é atoa que já disseram por aí que “O Brasil é o único Pais em que além de puta gozar, cafetão sentir ciúmes e traficante ser viciado, o pobre é de direita”. Nem vou comentar os detalhes dessa afirmação, pois foge do escopo.

No Brasil, ter ideologia de esquerda virou sinônimo de ter inteligência e sensibilidade aguçadas. Basta você citar algumas linhas de algum autor como Gramsci, Marcuse, Adorno, Habermas, Horkheimer, Pollock, Lukács, ou qualquer outro, de preferência da Escola de Frankfurt. Autores brasileiros nem vou citar os nomes pois não quero cometer a “injustiça” de deixar alguns de fora...

Bom... É por esse viés que alguns artistas passeiam e se baseiam. Como ninguém entende porra nenhuma, como ninguém conhece autor nenhum (quem dirás suas ideias), basta pagar de intelectual fingindo conhecer alguns nomes e reproduzir como papagaios falantes o que alguns autores brasileiros falam, ou se apoiar em alguma ONG.

Nessa atmosfera e com a necessidade de aparecer, acabou-se criando uma “obrigação” de artistas de expressão (que estão aparecendo mais na mídia) se alguns artistas para alguns “temas importantes”. É necessário apenas alguns “midiáticos” falarem qualquer bosta que o povo gostaria de ouvir e eles já são tidos como “pessoas inteligentíssimas e cultas”, dignas até de enfiar uma bandeira no rabo, andar por aí com uma pedra pendurada no pinto, ou jogar merda na parede (literalmente) de uma faculdade como forma de protesto.

Isso gerou uma “indústria” dos artistas intelectuais. Irônico, não?! Agora quando se quer mover uma “massa burra”, coloca-se (e muitas vezes, na verdade na maioria das vezes, paga-se) alguns artistas para “chamar o povo para ação”.

Alguém lembra do vídeo dos artistas em relação à usina de Belo Monte? O “legal” é perguntar para eles algo relativo a isso para ver se REALMENTE CONHECEM! E o mais recente “Grito de Liberdade” em que nenhum dos artistas que convocaram o movimento compareceu (como foi esperado!), além de apoiar o os movimentos "destrutivos"? E o posicionamento de alguns artistas sobre cotas? Esses são apenas 3 exemplos...

Não estou dizendo que eles não devam se expressar e mostrar sua opinião. NÃO! NÃO É ISSO! Estou criticando o fato deles serem tomados como “referência intocável” e “exemplo intelectual”, sendo que na maioria das vezes são meros agentes para massa de manobra. Critico mais ainda a “necessidade” que o povo tem do posicionamento do meio artístico, dando a eles a “obrigação” de se manifestarem por serem “pessoas públicas”. Critico ainda mais o “alvoroço” em cima de algum posicionamento vazio de alguns artistas relacionado a algum tema, dando a eles o peso somente por serem ARTISTAS (ironicamente a maior parte é de atores).

Só para ilustrar, lembro-me do evento da Greve da Polícia na Bahia em que cobraram de artistas baianos um posicionamento e pediram que eles fossem à mídia se posicionar. Ainda para ilustrar, rolaram imagens de artistas “mascarados” apoiando a ação dos Black Blocs, como se esses tivessem realmente algo profundo para dizer a respeito.

Então, eu pergunto: QUAL A REAL NECESSIDADE DO POSICIONAMENTO DE UM “ARTISTA INTELECTUAL”?

Propaganda! Sim! É isso! Sei que muitos vão gritar “Novidaaaaaaaaaaaaaaaaade”, mas é preciso ser dito para que esses mesmos que gritam “novidade” possam olhar para o próprio rabo e notar que fazem a mesma coisa, usando-os como referência para qualquer merda e dando para eles “um selo de qualidade” somente por serem artistas.

O mais irônico, é que os artistas que “somem” da mídia são exatamente os que mais estudam e, quando voltam lançando alguma “bomba”, é acusado de estar fazendo isso somente para voltar a ter expressão na mídia. Pode acontecer? Sim! E de fato acontece... Mas nem sempre é “somente isso”. Caso recente que trago é o do Lobão que parou para estudar e hoje está jogando suas ideias, de forma consistente... Mas vejam só... Ele não é ouvido ou, quando é ouvido, é motivo de chacota e críticas por “ter mudado de lado” (palavras dos acusadores). Nem vou falar muito da Elba Ramalho e da Myriam Rios, que se posicionaram contra UM ITEM a agenda da esquerda e logo foram taxadas de "burras reacionárias".

Enfim... Ano que vem será ano eleitoral e novamente os artistas serão exigidos (pagos?). Já sabemos que vem aí manifestações, opiniões, posicionamentos fajutos e todo um espetáculo midiático em cima dos artistas de maior exposição, digo, de maior intelectualidade.


Um comentário:

  1. nossa cultura nos ensina que canotores e atores sao melhores que nós. Nossa intelectualidade perdeu muito com a televisao e mais ainda agora coma internet, embora tenhamos esse mundo de informaçoes, poucos tem a capacidade de filtrar o que ha

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